quarta-feira, 4 de junho de 2014
Não era bem o que eu tinha pedido
Ele de novo. O velho sentimento conhecido de coração partido. E meus corações partidos são for real, causam dor física, de aperto no peito, depois das facadas. Eu mal respiro. Eu achava que não ia mais sentir isso, o que de uma certa maneira doentia me alegra ainda sentir, eu que andava bem adormecida. Mas eu queria os píncaros de outrora, não as profundezas.
Do meio das cavernas subterrâneas da dor eu ainda não entendi direito, devem ser as fases do luto, porque, sim, um coração partido é matar alguém, matar tudo que se viveu com alguém, arrancar à força e contra a vontade o amor de dentro, um parto com fórceps.
Em alguns lampejos de raciocínio eu bem sei que o cadáver já era defunto há muito tempo, só faltava enterrar. No entanto, jogar as pás de terra não é divertimento para ninguém, especialmente quando não somos quem cavou o buraco.
A pior parte é acordar pela manhã com a ausência. O silêncio do telefone. Os rastros foram escondidos, ocultos por uma alma que me ama mais, para quando eu puder de novo olhar para eles sem chegar aos prantos de novo, testemunhas de um tempo que chegou ao fim.
Enfim, é o de sempre, tenho sorte de ter as pessoas mais maravilhosas que me falam as coisas que vão mitigando o caminho árduo. Mas ele é só meu. E eu quero que acabe logo mas não acaba logo. E a falta de paciência é o meu pior defeito.
Estou começando a pensar de verdade que a emoção da descida não vale a subida da montanha-russa.
Bem gráfica a imagem né? O sentimento é mais ou menos assim.
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