sexta-feira, 20 de julho de 2012



Amanhã pulo no avião de novo.

Grandes emoções no destino e na procedência.

Só para filosofar um pouquinho sobre viajar, escrevi lá no Primeira Fonte.

Aqui, gostaria de ter as palavras para definir o que é mudança, o que é a alegria de ver a hora certa das coisas chegando, o que é a responsabilidade de uma decisão que vai mudar vidas.

Mas não tenho. Fica registrado que eu sinto.

terça-feira, 10 de julho de 2012


Ainda que a razão tenha vencido e a certeza de se ter aceitado a única e correta opção sejam de certo modo um alívio, o fato consumado são mil adagas atravessando o coração. Só que pela última vez.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Depois



E sem mágoa, porque quem carrega a mágoa é o dono dela.

Gone.



E quando de repente tudo faz sentido é porque o coração finalmente alcançou a razão. Desistir de um grande amor acontece em fases, é como o luto. Primeiro existe uma luta interna onde a esperança levanta a cabecinha independentemente dos desastres óbvios e do mundo desmoronando. Tem o conformismo, a gente acha que não é tão ruim assim, dá para administrar uma dor aqui hoje, um desespero ali amanhã, a gente vai batendo nas arestas e ficando com hematomas, mas eles acabam sumindo, até as feridas mais graves acabam cicatrizando. Mas a cicatriz fica lá.

Tem também o momento de raiva, quando tudo vem à tona e nós tomamos a resolução e saímos desenbestados só para depois voltar atrás. Mas esse momento é crucial, porque quando finalmente percebemos que, apesar de ter voltado atrás, se não o tivéssemos feito o sol teria nascido de novo no mesmo lugar no dia seguinte, aí é que percebemos a ridicularidade das coisas e vem o auto-ódio mortal que contém o famoso onde-é-que-eu-estava-com-a-cabeça.

Todo esse processo dói demais, muitos preferem fechar os olhos, fingir que nada está acontecendo, para não ter que trocar uma dor pela outra. É a negação. Mas a dor permeia todos os passos, todos os pensamentos, toda nostalgia que ainda há de vir nos invade como maré que sobe e invade a casa.

A gente insiste mais um pouco, mas então vai vendo que nada muda, e como está não pode ficar. Então. Então chega aquela hora que a gente adia pro mês que vem, depois da viagem, depois da festa, antes do natal, fica esperando a nave mãe vir nos buscar pra não ter que tomar a atutude.

E então o fruto amadurece. E assim sendo, cai da árvore sozinho. Os acontecimentos - ou a ausência deles - caem no colo da gente, e finalmente o coração se rende e desiste de sofrer, porque ele cansa. Um dia ele finalmente cansa. O encanto simplesmente desaparece. Ainda que tenha havido arroubos, vórtices, breathlessness, paixão, loucura, isso tudo desce pelo ralo e eu me pergunto - para onde vão os amores que morrem? Para a twilight zone? Triângulo das Bermudas? Lado oculto da lua? Nárnia? Ou pro mesmo lugar que os pares das nossas meias e brincos desaparecidos vão? Não sei. O fato é que mesmo depois de lágrimas, ranger de dentes, suor e sangue, tudo perde o sentido e a gente se acha imbecil. Essa é a pior fase.

Eu já me perdoei. Porque escolho sempre me jogar, pular, e sei as consequências, então já entro sabendo o que pode acontecer. Quando acontece é resolver a logística, recolher os cacos, se recompor, aprender a lição, pegar um avião e ir para um lugar distante deixar a dor de cotovelo de lado.

Porque por mais clichê que isso virou, até perdeu a graça - mas é verdade - a fila anda.

domingo, 8 de julho de 2012

Eu não gosto do que você é, do seu comportamento e da sua empáfia. Mas reconheco seu direito de ser como bem entender, e te desejo sorte para lidar com as consequências. Só não quero mais ser cúmplice, vítima, motivadora e viver com uma adaga no meu coracão. Mas respeito sua escolha, só escolho ficar fora dela.

sábado, 7 de julho de 2012

Queda proibido



Como ainda estou sem palavras que expressem o furacão que está passando, que me substitua Neruda:


Queda prohibido...
Queda prohibido llorar sin aprender,
levantarte un día sin saber qué hacer,
tener miedo a tus recuerdos.
Queda prohibido no sonreír a los problemas,
no luchar por lo que quieres,
abandonarlo todo por miedo,
no convertir en realidad tus sueños.
Queda prohibido no demostrar tu amor,
hacer que alguien pague tus deudas y el mal humor.
Queda prohibido dejar a tus amigos,
no intentar comprender lo que vivieron juntos,
llamarles solo cuando los necesitas.
Queda prohibido no ser tú ante la gente,
fingir ante las personas que no te importan,
hacerte el gracioso con tal de que te recuerden,
olvidar a toda la gente que te quiere.
Queda prohibido no hacer las cosas por ti mismo,
tener miedo a la vida y a sus compromisos,
no vivir cada día como si fuera un último suspiro.
Queda prohibido echar a alguien de menos sin
alegrarte; olvidar sus ojos, su risa,
todo porque sus caminos han dejado de abrazarse,
olvidar su pasado y pagarlo con su presente.
Queda prohibido no intentar comprender a las personas,
pensar que sus vidas valen mas que la tuya,
no saber que cada uno tiene su camino y su dicha.
Queda prohibido no crear tu historia,
no tener un momento para la gente que te necesita,
no comprender que lo que la vida te da, también te lo quita.
Queda prohibido no buscar tu felicidad,
no vivir tu vida con una actitud positiva,
no pensar en que podemos ser mejores,
no sentir que sin ti este mundo no sería igual.
Pablo Neruda.