segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Feminismo radical



Acho que o feminismo acabou levando a conquistas importantes, como o direito ao voto e mais liberdade sexual.

Isso posto, de resto, as feministas radicais em geral são: mal-amadas, (o outro mal-), exageradas, tem pouco a fazer, gostam de defender a liberdade disso e daquilo mas não respeitam a liberdade alheia de: vestir-se o que quiser (refiro-me ao que motivou este post: o cientista pousa o troço no cometa e tem que tomar cuidado com o que veste porque ofende as mulheres, ahn?), fazer-se o que quiser (não basta não ser contra o aborto, TEM que ser a favor e militar por isso), falar o que quiser (falar o que seja de mulher e comportamento feminino ofende alguma mulher no mundo), e não dar a mínima para o que não nos diz respeito (se cada um é dono de seu corpo porque querer determinar o que o outro faz com o seu? só porque vai contra os cânones feministas?).

Me deixem em paz com minhas ideias machistas, retrógradas, infelizes, estúpidas, isso é V. opinião e acordem-me quando houver algum argumento que seja a verdade absoluta homologada por deus. Ah, pera, deus também não pode. Ok, então não me acordem. V. opinião não me interessa mesmo.


quinta-feira, 20 de novembro de 2014

The other place the other time


Este post está entre aspas porque quem está escrevendo é um alter ego, um heterônimo, ou alguém que mora em algum lugar recôndito em mim. É alguém que intrepidamente vai, mesmo sabendo que ir pode trazer de volta coisas idas, mesmo assim, pula no meio de transporte disponível e simplesmente vai. E se a viagem for longa demais para o momento, embarca mesmo sem meio de transporte, pois mais que no espaço, a viagem é em outro tempo.

"There are several levels where we live. Routine is the one occupying most of time and space, the so-called "real life" couldn't be less real. But it consumes our time. Some people are not satisfied when they stay only there. We tend to wonder - and wander when moving - to stare at nothing, daydream. We search for something that is not there where we are, no matter where is that place "where we are". Don't misunderstand being somewhere and being somewhere. We long. Long for a day that is not today, a time that is not the present, someone who is not close, a place that is not a few steps away. But we are not unhappy. This life is good, too. But it is good because we know the other one exists, we are here and happy because part of us is always there, because we know there is "there" and usually only we do. But if you pay attention it's in our eyes, deep inside. It's not the afterlife, it is other than that, and sometimes it gets very real, attainable and feasible. Those are the golden moments that keep us going. And may we never give them up."

sábado, 8 de novembro de 2014

Doin`fine, tks.


E já que comecei a revolta contra o politicamente incorreto, vou adiante.

Muitos viram o vídeo em que uma atriz sai à rua e anda até receber 100 cantadas de homens. Bem, para começar a intenção de que isso fosse uma coisa séria já vai por água abaixo, uma vez que quanto mais ela andasse, mais cantadas ouviria, o que não necessariamente significa que isso aconteça todos os dias com todas as mulheres.

Que fique claro que não acho bonito ouvir absurdos na rua, já ouvi muitos e não gostei. Daí ao escândalo pseudofeminista a respeito vai um abismo. Digo pseudo porque acredito que as feministas têm causas válidas e não têm tempo para perder com uma asneira dessas. Qual a solução?Criminalizar a cantada? E o fenômeno é mundial. O vídeo em questão é americano, e as amigas europeias já andam também comentando a respeito, como por exemplo, aqui. Muitos comentários de homens que assistiram o vídeo acabam fazendo sentido. Eles dizem basicamente que então o que as mulheres querem - que não se dirijam mais a elas? Que fiquem no virtual? Ou calados? Daí começa o drama do "sou-rejeitada-porque-sou [insira aqui um dos seguintes: gorda/magra/negra/branca demais/alta/baixinha/pobre/rica/etc. etc.]".

Ok, então vamos esperar que todos sejam gentlemen e nos digam poemas na rua. Ou joguem flores à nossa passagem. Não, pera. Não pode também querer o príncipe encantado, não é digno da mulher moderna.

Mas vejam - não precisamos de homens. Isso é fato, Em breve talvez eles sejam extintos por pura desnecessidade. Não se depender de mim, gosto de companhia masculina, seja ela de amigos com visões de vida diferente ou de relacionamentos que trazem sempre algum acréscimo, seja ele alegria ou aprendizado. E já que estou mesmo com o pé na jaca, devo mencionar que é sempre necessário alguém para carregar o peso.

Pessoas, por favor, menos. A Nova Zelândia já fez até outro vídeo comprovando que não é bem assim. E a moça do vídeo original nem é lá essas coisas. Tantas questões importantes no mundo, deixem os homens falarem o que quiserem e pratiquem a audição seletiva - há dias em que tudo que precisamos é de um elogio, e muitas vezes ele vem de alguém que não tem a sutileza que queríamos, mas pode ser honesto. Ou não, mas é melhor que o azedume.

E além disso, mulheres, tentem responder à cantada. Uma grande porcentagem dos "inconvenientes" vai sair correndo.

Aqui quem manda sou eu, a ditadora.


Em tempos de obrigação de ser politicamente correta, tenho a declarar que a minha paciência anda cheia. Depois de uma batalha verbal nacional nas eleições para presidente onde heroicamente me mantive de boca fechada para não me irritar mais, saio por uns dias, ao voltar o impacto da realidade do país me atinge e escrevo 4 linhas de desabafo. É o suficiente para uma chuva de insultos. O outro lado em geral só tolera absurdos vindo de seus próprios adeptos. E cobram, dão aulas, donos da verdade que são. E são os que clamam por democracia, com o poder na mão de quem tem passado terrosista. O conceito de democracia muito me incomoda. A "maioria" quando fica tão perto de sua própria definição abre portas para questionamento. Mas o questionamento não é permitido, As pessoas automaticamente assumem a posição de proprietárias da verdade absoluta e ensurdecem e cegam. Ficam surdas aos argumentos e cegas aos fatos, E cobram, Cobram que concordemos com elas, demonstando com dicionário, citações e manipulações a fio. Tudo isso me enoja, e por isso fiquei fora o tempo todo. No entanto, me achei também no direito de abrir a boca quando me deu na telha. E fechar de novo depois, tamanha a saraivada de demonstração de intolerância, esses que sempre a pregaram, e hoje só a querem se for para suas bandalheiras. Bem, o desabafo foi esse, neste espaço que é só meu, aqui mando eu, se alguém fizer algum comentário ofensivo eu deleto, se alguém discordar vá discordar na sua casa, eu sou mesmo intolerante com isso, aquilo e o o que mais me der vontade, sou anti-estrela vermelha sim, e daí? Eu sou contra o que eu quiser. Isso não me impede de ter amigos com posições diferentes, ninguém tem 100% de coisas em comum, e é justamente isso que enriquece amizades e relacionamentos em geral - o aprendizado da convivência com o diferente. Mas isso não me tira o direito de também dizer o que eu quiser na hora que eu bem entender. Dois pesos, duas medidas, pensem o que quiserem falem o que quiserem, eu também me enchi e também vou falar e censurar o que eu achar que devo. Me chamem de mimada, elite branca, ignorante em história, reacionária (mas antes de dizer isso por favor, considerem a informação de que reacionário é quem quer manter o status quo, e o que eu menos quero é esse presente status quo imbecil), machista, acomodada, alienada (esse é elogio, agradecida), ou alguns nomes menos bonitos. Agradeço penhorada e nem vou dormir ä noite por isso. Só que não.