domingo, 7 de outubro de 2012
Fragmentos de auto-flagelo
Será que algum dia eu vou fazer as pazes comigo mesma e aceitar finalmente que só posso confiar mesmo é na única pessoa que é responsável pelo meu bem-estar, ou seja, eu, eu mesma, e só eu? Provavelmente não e me auto-flagelo pela minha estupidez certificada.
Quando tudo parece ter se encaixado nos devidos lugares, o óbvio acontece de novo. E agora esgotaram-se todos os recursos do meu cinto de utilidades. Lágrimas não tenho mais. Queria era apelar para a crueldade mesmo. Mas só consigo uma tristeza quieta.
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Surpresas
E eu que achava que a música tinha passado despercebida, ignorada, que o efeito tinha sido nulo, apesar de tão perfeita, tão sob medida, tão familiar.
Eu que pensava que não ouviria nem sentiria o que tem se feito presente, eu que ainda amargo resquícios de um passado que não existe mais.
Eu que já tinha me acomodado ao mais ou menos, ao então é isso, ao eu não quero mas preciso.
Eu que já havia me resignado, ajuntado os cacos, tomado o outro caminho, guardado as lágrimas, posto os verbos no passado.
Eu que já tinha te colocado no capítulo anterior da minha vida, de repente percebo que ainda é tempo.
Jogo a mala, pego o atalho de volta, sim, sim, ainda é tempo.
O que eu não sabia é que me surpreenderia tanto com as delicadezas, as pistas, as reticências, a atenção, a mudança, mas a surpresa maior foi a música. Quando notei qual era a música que tocavas para mim, tive certeza. Agora eu sei.
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