terça-feira, 28 de setembro de 2010



Mais um ano sobre o planeta. Nessas ocasiões prefiro o eufemismo, porque não entendo a importância disso. E daí que desde que eu nasci o planeta deu mais uma volta? Mas enfim, a rebeldia agora consciente tem muito mais appeal, escolher dá mais tempero ao que vivemos. Outro dia assisti Vicky Cristina Barcelona. Penelope Cruz é uma das minhas atrizes favoritas exatamente por isso - o drama é totalmente consciente. Não são só as personagens dela, ela tem o agravante de ser a atriz de Almodovar, mas em VCB com Woody Allen ela consegue ser tão irremediavelmente dramática, mas é uma coisa tão natural e ao mesmo tempo tão fake, é como olhar de fora, e fazer a opção de viver isso mesmo assim, ainda que.

E a maturidade trouxe o que eu busquei tanto, o resultado da coragem de ter tomado as rédeas, bem como as consequências e o que eu fiz com elas. Os aprendizados foram algumas vezes penosos, outras, fáceis, dependendo do meu nível de teimosia. Mas de novo aqui o tempero. Posso dizer que em quase tudo esgotei quase todas as possibilidades. Os quase não atrapalham, porque o não-definitivo de tudo foi o que mais me ensinou. Para sempre? Nunca? Garantias, quem tem? Então é hoje, é agora, não importa quantas voltas dê o planeta. Mas o tempo tem sua serventia, principalmente que agora aprendi que sou eu que mando nele e não ele em mim.

Eu declaro o meu tempo meu escravo, e com isso saio dele na hora que eu quiser, para viver aqueles momentos fora do tempo que compõem o mosaico que tem sido a minha vida até hoje. É por eles que eu meço os meus anos.

Um comentário:

Suzi disse...

Beijos, minha linda! Meça também pelo afeto recebido e acredite: a medida dele é muiiito longa.
beijossss!!