sábado, 6 de novembro de 2010



Do I contradict myself? Very well, then I contradict myself
(I am large, I contain multitudes) - Walt Whitman

As teorias são lindas. Nós as elaboramos, passamos horas enfeitando, nos convencemos, saímos pregando, e a qualquer minuto - zás - elas vão por água abaixo.

Eu falo muito e muita bobagem. Mas algumas convicções que tenho - ou pensei que tinha - me são muito caras, por isso afirmo-as e reafirmo sempre. E quando eu menos espero elas se viram contra mim. Eu preciso falar menos eu sei, eu sou, eu faço, eu não vou. "Nunca" é uma palavra que caiu em desuso no meu vocabulário. Mas dessas outras palavras e expressões que eu achava que me definiam está sendo difícil me separar.

É bom ter alguém para jogar por terra todas as nossas certezas. Existem muitas coisas que eu não gostei e não gosto de ouvir, e haverá muitas mais. Ainda vou sentir muitas punhaladas no coração. O mais difícil no entanto está sendo ouvir os meus próprios nãos. E insistir em (ainda) encarnar a personagem que sofre. Ela não me serve mais. E no entanto me esforço para me encaixar nela.

Quando é que eu vou começar a obedecer a mim mesma? Quando foi mesmo que eu optei por desembestar a fazer bobagem? Ainda bem que tem muita gente que me pede os conselhos que eu preciso dar a mim mesma, talvez de tanto me ouvir eu decida me atender.

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