De tempos em tempos um furacão passa pela minha vida. Depois da passagem dele, eu fico alguns dias em estado semi-catatônico, juntando os pedaços espalhados. Desta última vez foi tão intenso, a dor foi tão aguda e a beleza da catástrofe tão hipnotizante que somente hoje depois de vários dias consegui começar a sair do limbo, os olhos deixaram de ficar arregalados.
Preciso organizar as idéias, recolher o que sobrou nos escombros, porque ao que parece em sua próxima passagem o furacão vai me levar junto. Preciso saber se estou preparada para o vórtice, para o pulo derradeiro, e isso toma tempo. A distância ainda que dolorida acaba sendo necessária e um bálsamo. É hora de contabilizar. E decidir se tenho coragem de aceitar aquilo que quero.
2 comentários:
altamente revelador...
para bons entendedores...
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