quarta-feira, 7 de março de 2012

Aliquando et insanire iucundum est - Seneca


Restlessness is discontent and discontent is the first necessity of progress.
Show me a thoroughly satisfied man and I will show you a failure.
Thomas Edison



Eu venho querendo escrever há muito tempo. Mas os acontecimentos estão me atropelando. Quando eu penso em refletir sobre alguma coisa, mais oito fichas caíram na minha cabeça. Vai ver o mundo vai mesmo acabar em 2012, ou vou ser abduzida, e já cheguei dramaticamente a pensar que devo estar à beira da morte, porque tudo está acontecendo ao mesmo tempo agora.

As partes práticas, materiais da vida começaram a tomar rumos que se apresentam para mim como encruzilhadas com 10 opções de caminho, todas boas. Isso obviamente não é uma reclamação mas a minha mente de ciências humanas demora a se acostumar com isso e tende a querer filosofar o que é pura matemática. Ainda bem que tenho boa assessoria de todos os lados, até para isso.

E os esqueletos do armário? Meu Deus, em dois meses surgiram todos os que estavam lá e que eu sabia, os que eu não lembrava, os que eu não sabia e alguns que devem ter se esgueirado recentemente porque eu nunca imaginaria.

A minha vida sentimental é o caos total, sempre foi, e quando não foi quase morri de inanição por falta de emoção. O que não está faltando agora é emoção, que até está precisando ser devidamente domada com um remediozinho inocente para eu não despirocar de vez. Mas o fato é que amadureci. E o outro fato é que a gente pede as coisas e não tem idéia de que elas vem mesmo, e quando caem no colo da gente é aquela expressão de abobalhada.

A rotina é difícil, filha adolescente é um maravilhamento que às vezes irrita (na maior parte do tempo), a minha cabeça não colabora e produz problemas e dramas onde eles não existem (para tudo), e eu absolutamente sei mas mesmo assim mato um leão por dia tentando domar os cavalos desgovernados que correm dentro do meu cérebro derrubando a pouca sanidade que me resta.

Há alguns anos eu nem imaginava que teria a vida que tenho hoje. Como a de todo mundo, é louca, complicada, difícil de administrar, quem tem uma vida diferente, perfeita? Mas eu achava que tinha, e não entendia porque era tão infeliz. A vida perfeita e sem problemas é a vida infeliz. Porque nós fomos feitos para procurar, fuçar, fomos feitos para viver. Mas eu tive coragem e pulei. Já quebrei todos os ossos emocionais possíveis, mas sobrevivi. E agora parece que vem a calmaria. Mas a minha calmaria não é calma. Calmaria para mim é quando estou vivendo tão intensamente que sinto fisicamente a palpitação do universo.

Viver de verdade é não ter sossego. Demorei tanto a descobrir isso, que me seja permitido nunca querer sossegar.

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