sexta-feira, 22 de junho de 2012

Fiat lux


Nunca na minha vida inteira eu encarei um dilema como esse que estou vivendo agora. Estou pra lá da meia-idade, porque nos 90 não sei se chego, então eu diria que é o turning point. Ou não. Pode ser o ficar-onde-eu-estou-que-dá-mais-certo.

Dúvidas tenho todos os dias, aliás indecisão faz parte da minha rotina, mas uma dúvida existencial dessas de escolha de um ou outro caminho é inquietante demais para a minha pouca competência emocional.

Nos últimos dias já mudei de ideia com toda certeza pelo menos umas cinco vezes. Tenho tudo resolvido, e aí uma palavra, um conselho de quem se importa, uma imbecilidade que pode ser um sinal dos céus, e eu desmudo de ideia de novo.

Meu prazo é virtual, mas quanto mais adio a decisão mais difícil ela fica, mais dolorosa e mais me parece que estou fazendo alguma coisa de errado. Estou? Não sei isso também.

Para os leigos a escolha parece óbvia, mas ninguém mora dentro da minha mente insana. Eu queria que fosse fácil, mas tenho dúvida até na hora de escolher o sabor do sorvete. O que você escolheria? O céu ou o inferno? A resposta é óbvia? Eu poderia escrever por três horas só sobre o que é céu e o que é inferno, e para quem. Classifica-se na mesma categoria de "o que é normal". Com certeza não sou eu.

Já pedi sinais aos céus, anjos e universos, e os sinais chovem. Só que cada hora eles parecem apontar para um lado. Já decidi entrar no barco e ver para onde ele me leva, mas o meu barco não tem piloto automático e nem correnteza tem no rio da minha vida.

E não posso e nem estou reclamando. É uma escolha vital mas é um privilégio poder fazê-la. E nada me parece irreversível. Ou tudo pode ser irreversível, não posso contar com a compreensão alheia.

Em suma, o problema vai ter que se resolver sozinho. Acabaram-se de esgotar os neurônios dedicados a esse assunto.

Decisão, seja tomada.

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