terça-feira, 17 de janeiro de 2012


Aproveitando o burburinho do programa de TV que eu me recuso até a nomear porque merece somente a minha indiferença total e absoluta, ontem tive uma epifania sobre o escapismo.

As coisas não andam fáceis, eu administro adolescentes de todas as idades, inclusive eu mesma. Portanto, ontem (santo benefício de home office) larguei todo o trabalho que ficou gritando e esperneando e fui assistir TV. Fui porque quando sento lá e engulo Law and Order, CSI e Criminal Minds que eu até já tinha visto, nem penso nos meus problemas. E ainda ponho um cobertor e meio que durmo entre a metade de um Law and Order e o final de um NCIS, sempre com cadáveres, crimes hediondos, injustiças, maníacos e tudo de feio que a vida nos oferece.

E por horas esqueço tudo a respeito das questões filosóficas e práticas que me atormentam, ponho tudo em modo standby e fico lá, engolindo a desgraça alheia.

Eu me recriminava por isso. Hoje não me recrimino por mais nada, o que resulta em um perigo constante aos que me cercam e me suportam. Cada um tem sua maneira de escapar das coisas chatas, maçantes, torturantes e enlouquecedoras. Eu não fumo, não caio de bêbada, as drogas que eu uso são lícitas e prescritas, contribuindo pelo menos para a sanidade aparente. O que eu vou fazer para esquecer um pouco das chatices diárias e dos questionamentos mais amplos que me martelam o cérebro?

God bless the great altar of entertainment.

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