quinta-feira, 2 de junho de 2011

I just keep walking



"Mas o meu silêncio foi maior...

Eu vou indo. Eu sigo apesar de ir me chocando, esbarrando em presenciar telefonemas outros, sinais que gritam em neon, o esfacelamento do que eu queria inteiro, vozes outras, palavras que não são minhas e palavras que eu queria que fossem minhas e são espalhadas aos quatro ventos. Eu vou caminhando no gelo fino, na areia movediça, no pântano, vou entrando na água para depois perceber que não dá pé. Tudo dói, as pontas vão me ferindo, mas mesmo sangrando eu ainda insisto. Já tentei justificar os porquês, já tentei me convencer, em vão, não há nada racional que justifique.

E ainda assim, tem sido aprendizado, a duras penas, mas não consigo dizer se é válido ou não. Porque dizemos coisas que não fazemos, fazemos coisas que dizemos mas não deveríamos contar que fizemos, e ficamos esperando que tudo se resolva, como se fosse assim fácil, como se programássemos a vida para amanhã, semana que vem, daqui a um ano. E ainda assim, eu vou indo. Algo dentro de mim me mantém andando. Até quando, não sei. O que vem depois, não quero saber. Já tenho o bastante de dor por ora, o viver em sobressalto, na espera sempre, ocupando-me em não ver, em não esperar, em não pedir, em não viver.



... e na distância morro todo dia sem você saber."

2 comentários:

Silvana disse...

Amei, amei, amei. Lindo, Laine, muito lindo. Ó, eu sempre venho aqui, a coisa tá danada pra comentar, mas eu sempre venho.

Beijos

flordelis disse...

Eu sei querida, eu vou lá sempre também, mas a gente sabe :)