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A gente sabe, né? Apesar das corridas desembestadas e dos pulos cegos dos precipícios a gente sabe que o coração vai quebrar. É que escolhemos correr o risco. Tentamos racionalizar, equacionar os riscos, planejar, ver onde dá para diminuir o perigo, mas no fim das contas bem lá no fundo sabemos como as coisas vão acabar.
De todos os vôos cegos que eu arrisquei na minha vida, este é o que tem causado os maiores desastres. E eu trouxe tão longe que agora deixar no caminho dá uma sensação estranha de irrealidade. E a ironia é que nunca houve o real que eu desejava, eu nunca consegui concretizar o que ficou no ar. E no entanto, soa tão real que não consigo aceitar a irrealidade patente.
O coração vem sendo empurrado há muito tempo, já está bastante avariado no processo, arranhado, marcado, partido, desgastado. Só não consigo decidir o empurrão final. Como saber quando é a hora?
Mas é assustador vê-lo ali, à beira do precipício. Tenho medo.
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