quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Tempo e espaço
Existem dias que passam como dias fora do tempo. Quando eles acabam, a sensação que fica é de que alguma coisa aconteceu em uma dimensão paralela. Podem ser dias bons e dias ruins. Quando são bons, deixam uma sensação de metade lá, metade cá, já passou mesmo? Essas sensações que vêm em ondas têm o benefício da permanência, pode notar, se a sensação permanece no dia seguinte, ela raramente vai se apagar. Dias assim são dias em que as conquistas começam. Porque toda realização nasce em um primeiro pensamento, a gênese das pequenas e grandes coisas é, invariavelmente, a cabeça da gente, desde as tarefas banais do dia a dia até a conquista do espaço. Conquistar o espaço demanda pesquisa, tempo, investimento, idéias, paciência com as falhas, mas acima de tudo, vontade. O espaço está lá, inóspito, desconhecido, perigoso, mas tentativas bem-sucedidas anteriores provam que não está inalcançável. Aí um dia fazemos um projeto, depois construímos o foguete, depois fazemos as provisões da viagem, e quando menos se espera estamos olhando a Terra pela janelinha. Acho que finquei uma primeira bandeira em, digamos, Marte. Ainda é preciso tornar o ambiente menos hostil, examinar as possibilidades de colonização - se só um posto avançado ou uma vila inteira - pesquisar as possibilidades de sobrevivência. É uma série de dias fora do tempo. É a outra viagem. A superfície do planeta é escorregadia. Mas esses dias que buscamos não são mesmo feitos de coisas palpáveis.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Bonito!
antes que eu me esqueça:
ok, finque a sua bandeira em marte, mas deixa tremular, não racionaliza muito não.
tem coisas que é só pra sentir e não pensar no porquê!
lhe amo!
beijo
Obrigada, meninas. Luci, os ventos estão favoráveis para somente tremulação :-)
Postar um comentário