quarta-feira, 21 de abril de 2010



Load the ship and set out. No one knows for certain whether the vessel will sink or reach the harbor. Cautious people say, "I'll do nothing until I can be sure". Merchants know better. If you do nothing, you lose. Don't be one of those merchants who won't risk the ocean. - Rumi


O meu navio está sempre carregado e em alto mar. Por mais difícil que seja, eu sou sempre a parte fácil, independentemente do que se trate ou de controvérsias a respeito. Eu relevo, considero, dialogo comigo, me dou argumentos para tentar compreender os motivos, e mesmo que não os ache, ainda assim, contra o óbvio, eu vou navegando. E as coisas vão vindo - desde seasickness até tempestades que ameaçam virar o navio, mas ele vai resistindo. E no entanto meu navio está tão desgastado. Eu estou tão cansada de segurar as velas à unha, de lutar contra a ventania, ou pior, contra a calmaria - esta é a que mais me consome. As tormentas acabo superando, mas as calmarias, pela sua própria natureza, não me deixam fazer nada. E o fato de ir em frente não depender da minha vontade me tira as esperanças de que a melhor decisão é mesmo pôr o navio no mar. Talvez fosse mais fácil e menos doloroso deixar no porto mesmo. Mas. Depois que se sente o gosto de sair para navegar, ainda que sabendo-se dos perigos, ficar no porto não é mais opção. Na verdade para mim nunca existiu essa possibilidade, apesar de eu ter ficado anos atracada, meu olhar sempre esteve além, lá onde só se vê água e céu. E nunca sei direito para onde estou indo, as mudanças de rota têm sido tão frequentes. Apesar dos percalços, dos tubarões que eu mato todos os dias, do cansaço de ser sempre eu a ter o leme na mão, minha escolha já foi feita há muito tempo. Cumpra-se.

Um comentário:

Isa disse...

cumpra-se, então ;)