Há muito tempo já percebi que felicidade é um estado temporário. Vivemos procurando escapar da dor, apesar de alguns conviverem bem com ela, dependerem dela e até explorá-la como meio de vida.
Isso tudo é chover no molhado, mas não há outra maneira de dizer, ou pelo menos eu não sei outro jeito, minhas habilidades não chegam a tanto. E se é clichê é porque foi muito dito, e deve ter algum fundamento, muita gente já deve ter experimentado assim.
Meus tempos bons parecem finalmente ter chegado. O mar cujas ondas já quase me derrubaram do barco anda calmo. Sereno, mas com tantos peixes que eles chegam a pular dentro do meu barco.
São as coisas que se acalmam ou nós que nos adaptamos a elas? Ou mudamos aos poucos o que estava ruim e por fim nos damos conta que melhorou? Ou simplesmente olhamos por trás das velas do barco e vemos outros horizontes?
O trabalho tem tido novidades interessantes, consolidei amizades preciosas, a saúde vai bem obrigada, determinadas chateações simplesmente deixaram de me incomodar.
E mentiras sinceras me interessam. Muito. Elogios me compram. Eu finjo que acredito em tudo com prazer e sorrio, pescando mais elogios ainda. Eu dou corda, estendo a mão, mostro alguns dos meus truques. Outros guardei.
no ar que eu respiro eu sinto prazer
de ser quem eu sou
de estar onde estou
E sim, agora só falta você. Para os truques que eu guardei.
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